Recapeamento asfáltico quebra o galho da Estrada dos Caboclos em Campo Grande

 

A obra é alvo de muitas críticas, entre ełas a falta de faixas exclusivas, as para
lizações constantes sem previsão de retorno, o desconforto de comerciantes e moradores e a motivação eleitoreira

Uma das principais vias de ligação de regiões importantes da grande Campo Grande, a Estrada dos Caboclos que liga as Estradas do Cachamorra e Cabuçu, depois de várias décadas, volta a receber uma obra de recapeamento asfáltico.
Com o desenvolvimento do setor imobiliário na região a estrada ganhou vários condomínios residenciais, loteamentos e comunidades – algumas irregulares – que se juntaram às antigas residências em grandes quintais e sítios, aumentando consideravelmente o movimento na via.
Moradores e ciclistas visitantes reclamam da qualidade da obra. Segundo o sitiante Bartolomeu, o número de pedestres que circulam na estrada é grande pela falta de transporte coletivo, e o risco de serem atropelados também.
Grande parte da obra de recapeamento asfáltico já está concluída sem as necessárias faixas para pedestres e ciclistas – dos quase 4 quilômetros de pista restam apenas 850 metros aproximadamente – nem acostamento para automóveis. Os ciclistas esportistas ou moradores comuns, pedestres e o pessoal das caminhadas, clamam por suas faixas exclusivas que os protegeriam dos automóveis e caminhões que, agora, transitam em alta velocidade. Os mesmos sugerem a colocação de quebra-molas e a poda da vegetação que dificulta a visão dos motoristas nos pontos de curvas. No trecho onde a obra está parada os moradores reclamam da poeira provocada pelo pó de pedra improvisado para tapar os buracos.

Sebastião Nascimento

Procurada pela nossa reportagem, a 18a Administração Regional de Campo Grande – administrador Sebastião Nascimento – informou que as ações diminuíram mas a obra não parou, e que a Seconserma – Secretaria de Conservação e Manutenção- está com o quadro de pessoal reduzido em função da Pandemia, e que a coordenação da obra nos falaria sobre as questões técnicas e operacionais. O Vereador Rogério Rocal, padrinho político da obra, disse que não é uma obra de saneamento básico, é apenas um recapeamento asfáltico, para compensar mais de 20 anos sem manutenção, quando pedestres e ciclistas deixaram de ser atendidos nas suas necessidades. E que não há o que fazer nesse momento, “é fazer o quebra galho ou nada”. Quanto a retomada da obra, disse que depende da produção da Usina de Asfalto de Campo Grande que é irregular. “Deve ir avançando e parando até chegar na Estrada do Cachamorra, sem previsão”, concluiu. Alguns moradores estranharam a visão do vereador que, mesmo depois do exemplo da pandemia, ainda pensa em quebrar o galho, quando a nova ordem é resolver agora para não ser surpreendido amanhã. “Já que é quebra galho vamos aproveitar o que for feito, mas continuaremos cobrando a regularização da obra”, disse o comerciante Ronald.
O gerente municipal de conservação da região, Alexandre Monteiro, através da assessoria de imprensa da Subsecretária de Conservação, disse que as faixas de pedestres, de ciclistas, e o acostamento, não são viáveis no momento, pois exigiria um trabalho de infraestrutura com levantamento topográfico, análise de viabilidade técnica e de tráfego, e ainda a realização de um complexo projeto urbanístico.


Os moradores do trecho final da estrada reclamam da paralização e do abandono da obra. “A pista está cheia de restos de obras, o piso antigo retirado foi substituído por pó de pedra que provoca uma poeira constante, não podemos conviver com isso”, desabavam. A prefeitura informa que o retorno da obra depende do término do processo de compra de insumos para a produção de asfalto e não falou em prazos.
Alguns moradores acham que a obra foi improvisada para atender interesses do setor imobiliário que está construindo e vendendo na região.
“Gostaria de saber se podemos pagar nossos impostos em pedaços esporadicamente ou votarmos digitando um número por quinzena durante meses ? É o que está acontecendo com o asfaltamento da estrada dos Caboclos. Trabalham quando querem, deixam terra solta levantando poeira dos infernos e depois querem que elogiemos esse desrespeito e sacanagem com o contribuinte. Estamos no caos do serviço público! Lamentável”, disse o morador Fernando Teixeira.
O Superintendente Regional de Campo Grande, Jorge Amaral, apesar da insistência não respondeu nossas perguntas.

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