Margot Carvalho: Mil Utilidades

Com dupla, tripla jornada, a mulher se desdobra. É mãe, serviçal do lar, esposa, amante e um mulherão. Seu corpo malhado, seu cabelo tratado… Um colosso. Um avião!

Um avião que pousa velozmente em qualquer lugar, resolve seus problemas levanta vôo, resolve problemas com uma velocidade incrível, não se importa com o pensamento alheio e valente aproveita todas as oportunidades.

A mulher maravilha, maravilhosa, impecável e feminina desfruta de seus atrativos, espalha sua energia, seu encanto por onde passa. Não se importa nem um pouquinho com a visão machista de alguns.

Exausta não deixa a peteca cair. À noite ou bem cedinho, corre para a academia, malha corre para casa e… a jornada continua.

Qual homem seria capaz de tais artimanhas?

Com um dedinho cortado, um tombinho, a dor intensa o atormenta!

A mulher recolhe seus dissabores e vai à luta, um remedinho…  esquece a dor, não perde tempo. Com sol ou chuva lá vai ela!

É preciso! E o homem não perde seu espaço, já a mulher, vem lutando para conquistá-lo.

Competição no mercado de oportunidades, nada a ver, queremos igualdade.

Precisamos trabalhar, ter uma vida mais digna, dar aos filhos um futuro promissor, contribuindo para termos uma nação com menos desigualdade social. Enfim o objetivo é claro:- queremos igualdade de salários o que nos é negado.

Quem nunca ouviu no trânsito: – só podia ser mulher!

Dificilmente um carro de mulher sofre dano enquanto, o dos homens, raramente escapam deles.

No entanto é provado que a mulher no volante causa poucos acidentes e muitas empresas de transporte investem nelas. Todavia é muito mais rendoso ter uma mulher com mais atenção no que faz, cuidadosa, habilidosa e competente.

Victor Hugo, com sabedoria resume a importância da mulher em pequenas palavras que dizem tudo:

“A mão que embala o berço, embala o mundo.”

Nelson Rodrigues despreza a mulher:

“A mulher gosta de apanhar. Só as normais. As neuróticas reagem”.

 

 

“Ser bonita não interessa. Seja interessante. Toda mulher bonita é um pouco namorada lésbica de si mesma”.

NÉLSON RODRIGUES – séc XX- BRASIL

 

“A mão que embala o berço, embala o mundo”.

 

 

O homem é a mais elevada das criaturas;

A mulher é o sublime dos ideais.

O homem é o cérebro;

A mulher o coração.

O cérebro fabrica a luz;

O coração o amor…

 

O homem é um oceano; a mulher é um lago

O oceano tem a pérola que adorna;

O lago, a poesia que deslumbra.

O homem é a águia que voa;

A mulher é o rouxinol que canta…

VICTOR HUGO – sec XIX – FRANÇA

 

 

 

Dois autores com visões antagônicas em relação à mulher e em tempos diferentes.

O conceito da desvalorização vexatória da mulher há de perpetuar por algum tempo.

Victor Hugo com sua sensibilidade, enaltece a superioridade da mulher, não desprezando-a em momento algum a qualidade do homem, mas colocando a mulher de igual para igual como parte integrante da sociedade. Não dá para entender a posição machista duma sociedade que sem o sexo feminino não existiria, mas dele tira todo o proveito.

Não precisamos provar nada, temos as mesmas expectativas de realizar nossos sonhos e mesmo estando no terceiro milênio há quem pense na desigualdade.

É bem verdade que há os acomodados que vivem a custa delas. Pra esses, roupa lavada, cama e mesa é ideal e cada vez mais aumenta o número de exploradores.

Temos menos neurônios, menos músculos, mas em momento algum isso nos desmerece e sim mostra-nos que somos diferentes e essências.

Mas a verdade seja dita: o incômodo que causamos a eles é gritante!

 

Margot Carvalho                   site: margotcarvalho.com

 

 

 

 

 

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