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Mario Sergio Alves Carneiro assume como 21º reitor da Uerj, após renúncia de Ricardo Lodi
A emoção deu o tom na cerimônia de transmissão de cargo ao novo reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), nesta quinta-feira (31), no Teatro Odylo Costa, filho. Mario Sergio Alves Carneiro, antes vice-reitor, substituiu Ricardo Lodi Ribeiro, que renunciou ao posto, após um período de dois anos e três meses, para atendimento ao que determina a legislação eleitoral. Carneiro seguirá com o mandato até dezembro de 2023.
Os cinco pró-reitores e os quatro diretores dos Centros Setoriais, além da ex-reitora da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), Luanda de Moraes, compuseram a mesa solene e tiveram a voz embargada por lágrimas algumas vezes, nos pronunciamentos em que relembraram momentos marcantes da gestão.
Luanda, agora Superintendente de Unidades Estratégicas da Uerj, agradeceu a receptividade dos gestores ao pedido de incorporação da Uezo. “Foi muito simples para eles compreenderem todas as nossas dificuldades, e logo abraçaram a causa. Então deixo mais uma vez uma imensa gratidão por esse abraço dado, que ainda está apertado”, disse.
O pró-reitor de Graduação, Lincoln Tavares, ressaltou a importância da possibilidade de escuta, estabelecida desde a formação da chapa Orgulho de ser Uerj, para as eleições de 2019. “Isso é fundamental para qualquer gestor, mas é
ainda mais para aqueles que são geridos, porque quando podemos encontrar no outro o espaço do diálogo, mesmo quando as posições não são equânimes, percebemos que ele não parte de posições cristalizadas, de uma visão de si próprio, mas do todo institucional”, refletiu.
“Como vejo muitas séries, entendo que hoje é o último capítulo da primeira temporada. E o protagonista está saindo”, brincou o pró-reitor de Pós-graduação, Luis Antonio Mota. “Mas tenho certeza que a próxima temporada será ótima, porque confio no nosso novo protagonista”, acrescentou.
Muitas vezes nos deparamos com certas informações, e Lodi questionava ‘onde está escrito?’. E no fim descobríamos que eram apenas lendas uerjianas. Ter essa coragem de ousar, de quebrar paradigmas, é condição sine qua non para um bom gestor”, disse a pró-reitora de Extensão e Cultura, Cláudia Gonçalves. “Por isso, agora ele sai de uma gestão absolutamente vitoriosa, que teria capacidade plena de se reeleger, e troca essa segurança por uma insegura aposta de construir uma utopia de democracia nesse país”, completou.
Já Ricardo Lodi fez questão de relembrar o crescimento da Universidade, alcançado mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia. Citou o empenho do Hospital Universitário Pedro Ernesto no tratamento contra a Covid-19, da Policlínica Piquet Carneiro, que se tornou a maior testadora do Brasil, e do posto de vacinação no campus Maracanã, que imunizou mais de 85 mil pessoas.
Ele também destacou a mobilização da comunidade acadêmica na passagem do ensino presencial para o remoto emergencial. E contou sobre a criação do bem-sucedido Programa de Inclusão Digital. O reitor falou ainda da importância do diálogo com os Poderes Executivo e Legislativo e como isso garantiu o recebimento de recursos, destinados sobretudo a uma série de auxílios que garantiram a permanência estudantil.
“É preciso institucionalizar essas conquistas. Por isso, peço a compreensão dos 12 mil professores, estudantes e técnicos que votaram na chapa Orgulho de ser Uerj, para me afastar, a fim de colocar a nossa causa no centro do debate nacional, e não apenas estadual”, finalizou.
Expectativas para o futuro
Mario Sergio Alves Carneiro é professor adjunto da Faculdade de Odontologia (FO) da Uerj. Ingressou na instituição em 1985 e atua em cargos administrativos desde 2005, quando foi eleito vice-diretor da FO. De lá para cá, foi vitorioso em sete pleitos consecutivos – como membro do Conselho Universitário, diretor da FO, diretor do Centro Biomédico e vice-reitor na chapa encabeçada por Ricardo Lodi.
Ao assumir como o 21º reitor da Uerj, Carneiro elogiou e prometeu seguir os passos do antecessor. “Lodi abriu janelas de oportunidade no momento mais improvável. Cabe a nós mantê-las abertas e, se possível, abrir outras”.
O novo reitor disse esperar manter o bom relacionamento institucional com o Governo do Estado, que vem permitindo a liberação sem contingenciamento do orçamento da Universidade. Também garantiu que vai entregar todas as ações planejadas durante a gestão anterior. “Reafirmaremos para qualquer governante o compromisso desta universidade com a função social e a visão de que a Uerj é a maior agência para políticas públicas que o estado poderia ter”, afirmou.
Para os próximos meses, o reitor definiu algumas prioridades: a expansão estratégica da Uerj, a criação de novos cursos e campi, a recuperação física das instalações das unidades acadêmicas e de prestação de serviços, a criação de novos restaurantes universitários e ampliação do RU do campus central. Nos planos, estão ainda a curricularização da extensão e as reformas das licenciaturas.