Entrevista: um clube, um personagem e um projeto

A gestão do presidente Antônio José Papera, o vereador Zico da Zona Oeste de Verdade, é um marco na história do Campo Grande Atlético Clube, significa o resgate da instituição que durante muitos anos deixou de ocupar o seu espaço no cenário do Futebol Carioca e esteve seriamente ameaçada de extinção.

Um ato de coragem e amor ao clube trouxe de volta a esperança. O apoio de parceiros pontuais permitiu o desenvolvimento do projeto de recuperação que contou com o incentivo de uma parcela significativa da sociedade local.
Esse é o Novo momento do Campo Grande Atlético Clube mostrado pelo entrevistado

Como surgiu a proposta de resgatar o Campo Grande Atlético Clube e qual foi a motivação?

Eu nasci em Santíssimo e me envolvi cedo com o futebol. Pude acompanhar os rebaixamentos do Campo Grande Atlético Clube e de outros clubes do futebol carioca, e não aceitava. A ideia não surgiu agora, já estive participando da gestão do futebol do clube em outras ocasiões e sofria vendo como as decisões eram tomadas, sem considerar o clube, só as pessoas. O que fiz agora foi uma questão de oportunidade, já estava pensado, chegou a hora de respeitar a história do clube e recontá-la com fatos novos e positivos, as futuras gerações conhecerão as derrotas, mas terão vitórias para temperar e se orgulhar, e um futuro para sonhar. Vamos reviver nossas glórias e encher de novo nossos salões, nossa quadra, nossas piscinas, nosso estádio. A decadência do Clube passou para a sociedade local, incluindo a classe empresarial, um atestado de incompetência que não era justo e precisava ser revisto.

Você tem parceiros nesse projeto?

O resgate do Campo Grande foi um ato de coragem, se esperasse uma ocasião propícia não encontraria tão cedo, juntamos um pouco do que tínhamos e partimos. O Campo Grande é um patrimônio imaterial e material da sociedade campograndense que torce pela sua recuperação e está disposta a lutar por isso. Encontramos alguns empresários para sustentar o lançamento do projeto, mesmo que timidamente. É verdade que são poucos, mas entendemos que a credibilidade é o principal trunfo desse jogo, e ela está sendo testada. Esperamos conseguir novos patrocinadores com os resultados já apresentados e consolidar nossa ação. São muitas as formas de parceria, não é só dinheiro, tem muita gente com outros valores na região que está analisando nosso comportamento e ensaiando uma aproximação, a expectativa é muito boa. Outros querem e não sabem como ajudar, esses podem nos procurar, estamos de portas abertas.

No planejamento, quais foram os principais desafios identificados?

Desinterditar o clube seria muito difícil, as pendências eram muitas e o grau de exigências colocados pelas autoridades públicas muito alto. Ninguém acreditaria de imediato na verdadeira mudança, prometer não convenceria os credores nem os associados. Com as portas fechadas não poderíamos recuperar nossa imagem nem sanear o clube.

E as soluções?
Não tinha um coelho para tirar da cartola, tinha a minha imagem de Cartola do futebol e de vereador da cidade do Rio de Janeiro para convencer um público cansado de acreditar em gestões anteriores. Mostrei a todos que eu sou o novo comandante e que precisaria de crédito novo. Me foi dado e o projeto avançou. Estamos subindo de Série há duas temporadas.

Após assumir o mandato algo lhe surpreendeu?


Não, estava bem informado.

Quais as etapas já cumpridas ?

A Marca Campo Grande já saiu do CTI, ainda respira por aparelhos, mas com o quadro estável. O futebol do clube se recuperou, já não somos vistos como coadjuvantes, agora entramos nas competições para sermos campeões. Se tudo correr bem, em 2021 já estaremos a um passo da elite do futebol carioca. As finanças estão se equacionando com os serviços e produtos oferecidos. Nossas relações com (ex-atletas) e com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro estão acordadas. Hoje, não só os sócios, mas toda a sociedade da Zona Oeste, pode visitar o clube e usufruir dos serviços oferecidos.

Qual foi a mais difícil ?

Todas as fases de um projeto de recuperação são muito difíceis, e uma vez passadas, precisam ser mantidas, o que também é muito difícil, a desinterdição nos deu muito trabalho, tivemos que interpretar leis, mudar pensamentos, avaliar riscos e lidar com muita gente que torceu contra, colocou obstáculos.

Quais as ferramentas usadas ?

A história do clube e a opinião pública local, que não admite ver o clube nessa situação, foram os principais argumentos para criar soluções e convencer parceiros. O clube é um personagem do bairro que tem o futebol como fonte de esporte, cultura lazer e economia, ingredientes necessários ao desenvolvimento da região. O sucesso do clube reflete automaticamente no crescimento sócio econômico do bairro.

Teve receio de que algo desse errado ?

Pela responsabilidade de representar os anseios de mais de quinhentas mil pessoas, tive medo, mas também tive coragem; pela complexidade do projeto tive medo, mas sabia que podia contar com os mais próximos, e pelo sentimento emanado da sociedade campograndense, entendi que podia contar com ela.

Pode traduzir as ações executadas em números?

Tiramos mais de uma tonelada de entulho de todas as áreas do clube, recuperamos uma área de 2000 metros quadrados com novo piso para a quadra e a área social, reformamos e mobiliamos os 5 vestiários e departamento médico, reformamos e instrumentalizamos as 2 piscinas, reformamos a arquibancada social e construímos o Espaço do Galo, loja oficial do clube.

Em que prazo planeja dar como concluída a recuperação do clube?

Projetando a periodicidade das competições esportivas de acordo com suas respectivas federações, poderemos atingir à elite do esporte nacional em bom nível dentro de aproximadamente 10 anos. Hoje, o clube está pronto para receber seus sócios e convidados para as mais diversas atividades sociais e esportivas. Portanto, do ponto de vista físico e administrativo, a reforma está bastante avançada, precisando ser ampliada e mantida.

Com quem você gostaria de contar e ainda não contou ?

Com os mais de quinhentos mil habitantes da região e mais de mil lojistas. Eles, direta ou indiretamente, são os principais beneficiários da recuperação do Campo Grande Atlético Clube.

Considerações finais


Quero destacar que a parte mais difícil de um projeto de resgate é o degrau seguinte, aquele que vai dar sequência à caminhada. Outro tão difícil quanto é o atual, o que estamos, prestes a estrear na Série B1 do Futebol do Estado do Rio de Janeiro, onde mediremos forças com grandes equipes do Estado ese Deus quiser, em 2022, estaremos a um passo da elite Estadual.
Por isso, conclamo a você que vivenciou os áureos tempos do Campo Grande Atlético Clube, que teve a sua personalidade marcada por um pouco disso; ou você que ouviu dos seus parentes e amigos e quer reviver ou sucede-los (parentes e amigos), que se aproxime do Clube, conheça a nova realidade e divulgue e convide os mais próximos para um dedo de prosa no CAMPO GRANDE, GRANDE DE NOVO, vocês serão bem recebidos.

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