Entrevista com Thiago Pampolha

MEIO AMBIENTE: "FALTA AVANÇAR MUITO", DIZ PAMPOLHA

Presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e relator da CPI dos Lixões, o deputado Thiago Pampolha (PTC) defende a ampliação das unidades de conservação no Estado. E, com a proximidade das Olimpíadas de 2016, uma "agenda emergencial" para despoluição não só da Baía de Guanabara, mas, também, das baías da Ilha Grande, de Sepetiba e das lagoas da Barra da Tijuca.

 

"Ao mesmo tempo em que avançamos na economia e no emprego, também temos que pensar na preservação ambiental. O papel da Assembleia é fazer esse elo e a ponderação de interesses entre o Governo do Estado e a população do Rio de Janeiro", diz.

 

Leia abaixo a entrevista:

 

Como está o debate sobre a preservação do meio ambiente hoje, no Brasil e no mundo?

Estamos ainda muito tímidos nessa área. Falta avançar muito. Apesar de, nos tempos modernos, já existirem muitas leis e pactos pró-ecologia e sustentabilidade, na prática, pouco tem sido feito. O poder econômico acaba massacrando a preservação ambiental. Essa é uma preocupação do mundo todo, diversos países, pois o meio ambiente é nosso principal patrimônio. Essa é uma data importante para gerar consciência, para que os entes públicos de todo o planeta se unam em torno dessa causa tão fundamental.

 

Quais são as principais dificuldades enfrentadas no Estado nessa frente?

Por causa do acúmulo dos anos em que isso ficou em segundo plano, temos aqui problemas graves. A questão dos licenciamentos ambientais para as empresas é um dos mais difíceis. Na prática, elas ganham suas licenças e operam sem que atendam aos quesitos elaborados para se dar uma outorga para trabalhar no Estado. Há necessidade de ampliar as unidades de conservação. São várias áreas onde é preciso pensar em fazer essas unidades e, nas que já existem, evitar o crescimento populacional, sobretudo nas regiões mais carentes, com uma invasão urbana dos espaços onde era para haver vegetação. Com os Jogos Olímpicos em 2016, considero uma agenda emergencial a despoluição das baías e rios de todo o Estado. Notadamente, a Baía de Guanabara, mas também a Baía da Ilha Grande, de Sepetiba e as lagoas da Barra da Tijuca. 

 

O que o Legislativo fluminense pode fazer em defesa do meio ambiente?

Criamos a CPI da Crise Hídrica, que verifica a escassez dos recursos hídricos e a qualidade da água em todo o Estado, todos os dias. Tenho o orgulho de ser o relator da CPI dos Lixões, que discute a política de resíduos sólidos, que é de suma importância e tem impacto direto na questão ambiental. Estamos também desenvolvendo, por meio da Comissão do Meio Ambiente, visitas às unidades de conservação para fazermos um levantamento das potencialidades e fragilidades e podermos aprimorar o gerenciamento disso. É importante dizer que, ao mesmo tempo em que avançamos na economia e no emprego, também temos que pensar na preservação ambiental. O papel da Assembleia é fazer esse elo e a ponderação de interesses entre o Governo do Estado e a população do Rio de Janeiro.

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