Arena Chacrinha oferece oficina de percussão gratuita aos moradores de Pedra de Guaratiba

Desde março, a Arena Carioca Abelardo Barbosa Chacrinha, em Pedra de Guaratiba, realiza gratuitamente oficinas de percussão todas as quintas, de 19h às 20h30. O instrutor e musico há mais de 20 anos Francisco Chagas (37) explica que a ideia surgiu após a criação do bloco de carnaval “Bacalhau do Chacrinha”, criado em fevereiro deste ano com o objetivo de reunir moradores para tocar na festa de carnaval promovida pela Arena. “Pedra de Guaratiba sempre teve a tradição de blocos de carnaval. Nos anos 70 e 80, desfilavam mais de 20 blocos durante a festividade, mas com o passar dos anos, os blocos foram se acabando. Nosso esforço, no último carnaval, foi juntar os moradores para resgatar as músicas dos blocos antigos e também tocar músicas inéditas que tenham a identidade do nosso novo bloco”, completa. Segundo o multi-instrumentista, nada disso seria possível sem o apoio da Arena Chacrinha. “Ter a Arena aqui em Pedra de Guaratiba foi ótimo, pois nos possibilitou trazer muitas atividades pra cá. Moro aqui no bairro, amo o lugar, e sempre quis contribuir ensinando as pessoas a tocarem, mas faltava uma oportunidade, e a Arena foi o espaço ideal para isso”, salienta ele.

Com apenas 7 meses de aulas, já começam a aparecer talentos no grupo, como é o caso de José Rodrigues (50) que ama samba e percussão. “Já fui puxador dos blocos aqui do bairro, já toquei em rodas de samba e pagode. Amo música, sei tocar um pouco de cada instrumento”, conta. Já Nélio Sergio Gomes dos Santos (53) é compositor de sambas e concorre anualmente no bloco “Simpatia é quase amor”. “Sempre saí em escolas de samba, gosto muito do ritmo. Resolvi fazer a oficina para adquirir mais conhecimento sobre os instrumentos, pois isso colabora para as minhas composições”, diz.

Baterista, Victoria Alves (22) afirma que a percussão tem ajudado também a se aprimorar no seu instrumento de origem. “Estou tocando caixa aqui na oficina, e ela tem me ajudado a me soltar mais, ganhar mais ritmo e dinâmica”, conta a moradora de Pedra de Guaratiba.

O mineiro Osmar Alves de Macedo (28) diz que tocava zabumba, instrumento musical de percussão muito utilizado em ritmos como forró e baião, e que isso facilitou a transição para o surdo de terceira, que toca hoje na oficina. “O que me fez entrar na oficina foi o bloco. Quando eu vi tocando aqui na Arena no Carnaval, logo me interessei. As aulas são muito bacanas, já aprendi a tocar muitos sambas e ando até dando umas palhinhas em rodas de samba com amigos”, brinca.

Em sua primeira aula, Mara Schnool (60) relata que sempre amou música, principalmente o samba, e que tinha o sonho de tocar algum instrumento. “Admiro muito samba e Carnaval, já desfilei em várias escolas de samba. Comecei agora tocando chocalho, mas meu objetivo é sair tocando surdo. Estou muito animada e confiante de que vou conseguir, pois o professor incentiva a gente, coloca nossa autoestima lá em cima e não deixa a gente desistir. No próximo Carnaval, já quero sair tocando no bloco”, planeja ela.

 

 

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