Aduezo fala à sociedade da Zona Oeste sobre a situação da UEZO

A ADUEZO – Associação de Docentes da Uezo – emitiu uma nota de esclarecimento à sociedade da Zona Oeste detalhando os pontos críticos do debate que vai culminar em uma solução para a grave situação da Instituição.

Veja a íntegra do documento:

A UEZO, Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, completa neste ano de 2021 16 anos de existência. A criação da UEZO foi esperada e comemorada pela população da Zona Oeste, desejosa de uma instituição de ensino superior para atender a população da região através da oferta de ensino superior público. A criação da instituição, sob uma lei falha que não previa um quadro de servidores técnicos administrativos, contratação de professores substitutos, concessão de diversas modalidades de bolsas aos alunos, prestação de serviços para empresas, foi seguida de muitos anos de abandono que atravessaram diversos governos. Os alunos da UEZO não têm acesso a várias modalidades de auxílios, não tem direito a bandejão, a biblioteca necessita de mais investimento, os laboratórios de muito mais reagentes e têm sofrido com a falta de professores para várias disciplinas e com a enorme evasão de docentes e técnicos. Os servidores da UEZO recebem remuneração muito inferior em relação aos servidores da UERJ e UENF. A instituição não consegue oferecer mais cursos de graduação, pós-graduação e cursos de extensão para atender plenamente a população da Zona Oeste porque tem servidores em número insuficiente. Os servidores e alunos vêm denunciando a anos o descaso com a instituição. Foram feitas inaugurações de três pedras fundamentais que marcariam a construção do Campus da UEZO na Avenida Brasil ao longo dos anos. Com a entrada do estado do Rio no Regime de Recuperação Fiscal foram necessários 4 anos de lutas intensas para conseguir dar posse há 18 professores que fizeram concurso nos anos de 2014 e 2015. Com a evasão constante dos servidores, em função da falta de isonomia salarial, a UEZO novamente padece com falta de professores e técnicos. O Projeto de Lei que trata da implementação do regime de Dedicação Exclusiva aos professores foi incluído na pauta do dia para votação na ALERJ no dia 03 de setembro de 2015 e há 6 anos aguarda votação. Há pilhas e pilhas de processos administrativos negados à UEZO pela Procuradoria do Estado com base no Regime de Recuperação Fiscal. Foram feitas passeatas em Campo Grande, ocupação do campus, greve dos docentes, manifestações na ALERJ, muitos e-mails enviados e muitos chás de cadeira. Esta situação foi denunciada por anos e anos. A UEZO encontra-se hoje em uma encruzilhada: entre a sua morte por inanição ou a sua incorporação à UERJ. A incorporação da UEZO pela UERJ tem objetivos claros: salvar a instituição do colapso, após muitos anos de descaso absoluto e garantir uma instituição de ensino superior pública forte, consolidada e socialmente referenciada aqui em Campo Grande. Não é verdade que morador da Zona Oeste não terá acesso a UEZO se ela se tornar um polo da UERJ. Foi-se, há muito tempo, o tempo em que apenas o filho do rico frequentava a universidade. Graças a política de cotas, metade das vagas em todas as instituições de ensino superior são destinadas às pessoas de baixa renda e uma parte aos estudantes negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência. A UEZO e a UERJ desejam a incorporação e a Zona Oeste precisa!


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