Frederick Vitilio: À efemeridade dos relacionamentos pelo descaso ao amor e importância demasiada ao egoísmo

Com grande tristeza e pesar observo o quanto as pessoas se dizem amar, jurar fidelidade, prometer muito e oferecer pouco.
Já se foi o tempo em que a palavra amor tinha sentimento, hoje não passa de mera alegação, uma alegoria rasteira.
Casais se juntam e separam tão rápido que perdem sentido palavras como casamento e união, talvez devesse ser denominado “estação”, sim, estão juntas até que a primeira traição os separe ou mesmo pela insatisfação com essa “vidinha chata de brincar de casinha”
As pessoas estão e são vazias, ocas de sentimento, se deixam seduzir por qualquer coisa e relegam a união a última escala de importância. O mais importante são os amigos, o sexo casual das ruas, a noite, as festas, as badalações. Depois de saciar essas vontades egoístas que permeiam mentes vazias e corações frios, lembram que existe alguém que está em casa ou em sua vida.
Não se pode haver paralelos nas nossas vidas. Se não existe amor real, aquele que nos faz abdicar de muito para estar ao lado de quem muito nos é importante, casar, unir-se é ato covarde e indigno para consigo e para com a outra pessoa.
Efemeridade poderia ser um ato para tudo: esporte, profissão, hobby mas nunca para relacionamentos. Não somos cães e gatos que se envolvem por libido e atração e depois nunca mais se vêem. Somos racionais, humanos e devemos respeitar e dignificar um dos pilares que mantêm nossa raça evoluindo, investindo, se perpetuando: o amor, o sentimento literal que nos motiva, o combustível para toda realização pessoal com mais sabor, mais cor e mais alegria.
O amor, rasteiro, mera alegação, do jeito que está sendo usado ameaça a nossa espécie, pois o amor é a liga da formação da família, e quando essa é desintegrada, nos tornamos cada vez mais frios, egoístas e insensíveis, materiais de consumo.
Dar adeus ao relacionamento por puro egoísmo e desejo por outrem, é confessar o quanto fracassada é a pessoa em seu íntimo, nada mais que um animal sedento por emoções que pagará um preço alto no futuro: a pior solidão que se pode ter, o vazio no coração…

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