Zico fala da tentativa de corrigir pegadinha de Cesar Maia
Na década de 90 o então prefeito da cidade do Rio de Janeiro Cesar Maia fez uma pegadinha com os eleitores da Zona Oeste ao alterar a Lei Orgânica do Municipio e incluir as regiões da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá na Zona Oeste da cidade. Com isso ele anunciava investimento nessas regiões preferidas em detrimento dos tradicionais bairros da Zona Oeste – Bangu, Realengo, Santa Cruz e Campo Grande -.
Em recente entrevista à TV Câmara o vereador Zico (PTB) falou do seu projeto e do Vereador Marcelino D’Almeida (PP) que tramita na Câmara do Rio com o número 1.636/2015, que cria a área geográfica da Zona Leste.
Pelo projeto, o Poder Executivo criará uma nova área geográfica (Zona Leste), que abrangerá 19 bairros das Regiões Administrativas XVI, XXIV e XXXIII, que compõem a Área de Planejamento 4 (AP4). A Zona Oeste do Rio de Janeiro compreende um conjunto de diferentes bairros que se identificam a partir de uma história comum relacionada a um passado onde a produção agrícola destacou política e economicamente o local.
Atualmente, a nomenclatura Zona Oeste é muito mais que uma referência geográfica, pois está aliada a uma série de representações coletivas que produzem um estilo de vida particular da região, que é ocupada pelos bairros que, de acordo com a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, ocupam duas Áreas de Planejamento número 4 e número 5, que englobam as Regiões Administrativas dos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Bangu, Realengo, Campo Grande, Santa Cruz e Guaratiba.
Para efeito de investimentos, a Prefeitura divide a cidade por áreas de planejamentos, que foram inicialmente conceituadas no Plano Urbanístico da Cidade de 1976. Cada Área de Planejamento engloba algumas Regiões Administrativas, que englobam alguns bairros. Mesmo tendo passado por vários ciclos de urbanização, a Zona Oeste, uma das regiões mais populosa da cidade, ainda convive com os resquícios de uma natureza preservada e com a falta de investimento em diversas áreas de infraestrutura como saneamento básico, transporte e equipamentos culturais.
De acordo com um dos autores da proposta, o vereador Zico, o objetivo é delimitar a Zona Oeste em dois trechos geográficos a fim de proporcionar uma melhor fiscalização sobre as aplicações de verbas e emendas parlamentares nas duas partes, realizando, desta forma, uma divisão de investimentos de “maneira igualitária”.
Ascom: Em que consiste o projeto?
R- Por se tratar da segunda maior área geográfica da cidade, ainda existe uma grande confusão por parte da população no que diz respeito às políticas públicas de investimento na área. O objetivo do projeto é esclarecer a que área o Poder Público se refere quando fala de investimentos na “Zona Oeste”. Todos os bairros precisam de atenção, mas existe uma carência histórica em 21 bairros da AP5 (regiões de Campo Grande, Bangu, Realengo, Santa Cruz e Guaratiba) onde os moradores convivem com graves problemas de infraestrutura e, portanto, necessitam de atenção específica.
Ascom: A proposta tramita na Câmara do Rio desde 2015. Qual sua perspectiva de aprová-la em plenário?
R- No inicio eu enfrentei certa dificuldade, mas agora acredito que o projeto será aprovado. A iniciativa não onera o Poder Público e é de extrema relevância social. O objetivo principal é contribuir para o crescimento e desenvolvimento dos bairros mais carentes da região e que ainda sofrem com a desigualdade social.
Ascom: Qual a principal contribuição do projeto para a região?
R- Serão muitos os benefícios. A nova legislação vai permitir a delimitação de áreas específicas de atuação do Poder Público permitindo tanto a população como a seus representantes entenderem com clareza quanto a Prefeitura está investindo na região, bem como a aplicação e fiscalização dos recursos que serão destinados às áreas importantes como saúde, educação, transporte, segurança, saneamento básico e iluminação.