Vereador Zico desabafa na Câmara
“O que me traz aqui são situações que estão acontecendo na Zona Oeste, e que me deixa muito triste. Claro, sabemos que a função do Vereador é legislar e fiscalizar, mas também a função do Vereador é ver a dor da população. É estar perto da população, vendo os problemas que acontecem, principalmente na nossa região, na Cidade do Rio de Janeiro.
E o que vem acontecendo muito lá na região? A falta de luz. Há situações nas quais ficamos dois a quatro dias sem luz. Ligamos para os órgãos, os moradores fazem o protocolo. E aí, em último caso o morador nos procura: “Vereador, dá uma ajuda!”. Aí, o Vereador pega e com o maior carinho encaminha o requerimento e não acontece nada. E nós estamos ali próximos para ver a dor da população, creio que é por isso que estou aqui para ser representante desse povo sofrido. E a Light não vai lá atender à população. Aí, a população desesperada fecha a rua, taca fogo no pneu, corre risco de alguém ser atropelado. Ou um motorista nervoso, socorrendo ou levando alguém para o hospital, atropelar mais alguém. Dentro de 20, 30 minutos aparece carro do Corpo de Bombeiros, carro da polícia, carro da Light para trocar o transformador. Se não tem dinheiro para nada, se há a despesa do bombeiro, se há a despesa do carro da polícia e não há combustível, quer dizer que é mais despesa ainda para resolver um problema que a Light já poderia ter resolvido, indo lá e atendendo de imediato.
Essa é uma das coisas que aconteceram no Jardim Nossa Senhora das Graças, no Natal, no Ano Novo, na Estrada da Posse toda, no Quafá e só foi resolvida com o bloqueio com pneus em fogo, fechando a rua.
Então, de hoje em diante, quando as pessoas ligarem para mim, quando eu ouvir falar… é melhor fechar a rua, tocar fogo em pneus e fechar a rua. É melhor fazer isso porque vem dentro de meia hora. Está há quatro dias? Pode fechar, porque dentro de meia hora resolve. Porque não adianta a gente ligar para mais ninguém. Esse é um caso.
Aproveitando a oportunidade do irmão, falando do RJ Móvel, que hoje esteve lá no bairro de Senador Vasconcelos, onde era o Campo do Oiti, naquela área abandonada de 17.600m, perdido numa ação judicial para o Clube Campo Grande. Na época, uma dívida com um funcionário… R$ 79.000. Uma dívida de R$ 218.000. Aquela área do Oiti foi leiloada e comprada pela Delcima. Mais na frente, como tinha a Big Field ali próximo na época, começaram a usar o campo como estacionamento da Big Field e um grupo de empresários, inclusive o Zé Maria, comprou aquela área ali, se não me engano por R$ 600.000. E alugaram para o Detran.
Já venho falando, já falei aqui, que tem um projeto de uma Vila Olímpica para aquela área ali tramitando na Casa. E vimos falando sobre isso. Era uma área de lazer, uma área de alegria, lugar onde as famílias se encontravam, os “peladeiros” – eu estava sempre lá, fui criado ali –, hoje é um cemitério de carros abandonados e de mosquitos.
Fiquei até com pena da bióloga que foi lá hoje, que botou a mão no rosto e falou: “Meu Deus do Céu! O que é isso aqui?” Parecia que ela queria pular da laje, no RJ TV. Ela ficou tão assustada com o número de carros que estão lá.
Foi como meu irmão falou: já notificamos o Detran, já levamos o Detran lá e nunca aconteceu nada. Agora o RJTV foi lá, e já se comprometeram em comprar uma máquina para amassar os carros, tirar dali para limpar aquilo o mais rápido possível.
Essa é a minha tristeza. Não sou muito de falar aqui, sou muito de fazer. Mas sabemos que temos que legislar e fiscalizar, mas acho que estou aqui para ver a dor da população.
Obrigado pela oportunidade, Presidente! Deus abençoe a nós todos.