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Torcedor da Mocidade é o novo Rei Momo do carnaval
O carnaval carioca já tem sua Corte Real de 2017. Na noite desta terça-feira (11/10), a Cidade do Samba, na Gamboa, sediou a escolha do Rei Momo, da Rainha e das duas Princesas do próximo carnaval, em evento realizado pela Riotur.
O músico Fábio Damião dos Santos Antunes é o novo Rei Momo do carnaval da cidade. Conhecido como Arerê, Fábio tem 31 anos, torce pela Mocidade e concorria pela quarta vez ao trono. A Rainha do Carnaval 2017 será a dançarina Uillana Adães, única que já tem experiência na Corte: foi primeira Princesa em 2016 e segunda Princesa em 2015. Ela tem 21 anos e torce pela Portela.
A primeira Princesa é a também dançarina Joice Rocha de Oliveira, de 20 anos, e torcedora da Grande Rio, que concorreu este ano pela primeira vez no concurso. A segunda Princesa é a professora de maquiagem Deisiane Conceição, portelense de 28 anos – e mãe da Maria Flor, que tem apenas três meses. Os vencedores, além do título e da coroa, recebem um prêmio no valor de R$ 30 mil, sendo que as princesas ganham R$ 22,5 mil cada uma, além da faixa e da tiara.
Os candidatos se apresentaram ao som da banda Rio Samba Show. Enquanto o resultado era apurado, shows do grupo Pagodeô e de Leandro Sapucahy animaram as torcidas presentes na Cidade do Samba.
O júri responsável pela decisão, presidido pelo vice-presidente da Riotur, Bruno Mattos, era composto pelo Diretor de Operações da Riotur, Gustavo Mostof; pelo Subsecretário de Turismo, Philipe Campello; pelo diretor jurídico da Riotur, Heric Monti; pela porta-bandeira Selminha Sorriso; pelos jornalistas Fabio Judice (TV Globo), Aline Prado (TV Globo), Igor Ricardo (Extra) e Claudia Silva (site CarnavaleSamba.Rio); e pela presidente da Amebras, Celia Domingues.
A nova Corte já começa seu reinado neste fim de semana, participando de eventos nas quadras das escolas de samba.
O Rei Momo é uma das figuras mais tradicionais do carnaval. Na Mitologia Grega, Momo era o Deus da galhofa e do delírio, da irreverência e do achincalhe e, por isso, acabou expulso do Olimpo. Na Roma antiga, o mais belo dos soldados era coroado Rei Momo e tratado como um verdadeiro senhor, comendo, bebendo e se divertindo à exaustão. Quando a festa chegava ao fim, o alegre monarca era levado ao altar de Saturno e sacrificado. No Brasil, em 1862, um caricaturista o retratou levantando a máscara, sorrindo e segurando, na outra mão, o cetro da soberania: um pesado bastão.
A figura do Rei Momo surgiu no carnaval carioca em 1933. O jornal “A Noite” deu-lhe a forma plástica na figura de um rei. O saudoso Jota Efegê, famoso jornalista especialista em carnaval, contou que o monarca em papelão foi conduzido por um cronista carnavalesco. Depois de um desfile animado pela Avenida Rio Branco, no Centro da cidade, o boneco sentou no trono, de onde passou a presidir o carnaval carioca. Mas o jornal não se contentou: queria um rei de carne e osso. O redator de turfe Moraes Cardoso, um homem muito gordo, foi eleito e vestido como um monarca. Saudado com o tradicional Vive le roi! por colegas da redação, saiu às ruas e foi festejado com serpentinas, confetes e jatos de lança-perfume. Moraes Cardoso reinou até 1948, quando morreu.
Até 1967 a eleição do Rei Momo se dava por indicação de entidades carnavalescas e jornalistas. Naquele ano, o concurso foi oficializado por Lei Estadual e, em 88, por Lei Municipal. Ao lado do Rei Momo, que comanda a abertura do carnaval carioca, está a Rainha do Carnaval e princesas. Instituído em 1950, o concurso para a eleição das beldades e do Rei Momo vem se transformando em verdadeiros espetáculos populares. A primeira Rainha do Carnaval foi a vedete Elvira Pagã.
Organizados pela Riotur, os dois concursos mobilizam a opinião pública. Os soberanos do carnaval são escolhidos por jurados que avaliam desembaraço, sociabilidade, facilidade de expressão, simpatia e espírito carnavalesco dos candidatos e candidatas.