- Bangu enterrou seu "Guru" Gonçalo Ferreira
- Programa Segurança Presente chega amanhã em Campo Grande
- Assaí promove campanha de Natal “Alimento a Gente Compartilha” em Campo Grande, Bangu e Santa Cruz
- Procon Carioca leva atendimento a Bangu e Paciência
- Homem é preso danificando estação do BRT em Santa Cruz
Paulo Cabral botou Campo Grande na Paralimpíadas 2016
O dia a dia de sala de aula, apito no pescoço e de trabalho no ginásio, tão comum para Paulo Cabral, ficou de lado. Professor de Educação Física da rede estadual há 23 anos, ele entrou no campo de futebol do Estádio de Deodoro para realizar o sonho de representar o Brasil na 15ª edição dos Jogos Paralímpicos, como técnico da seleção de Futebol de 7, modalidade praticada por atletas com paralisia cerebral. No primeiro desafio da competição, a seleção brasileira ganhou da Grã-Bretanha por 2 a 1, na manhã desta quinta-feira (8/9).
– Foi um jogo difícil como a gente esperava, como sempre é um jogo de estreia. Agora vamos seguindo jogo a jogo, não tem mais seleção fraca. Fora que todo mundo quer ganhar do Brasil, principalmente se for em casa – disse Paulo.
O docente, que leciona no Colégio Estadual Professor Fernando Antônio Raja Gabaglia, em Campo Grande, começou a trabalhar com o paradesporto em 1983, quando participou dos Primeiros Jogos Brasileiros de Paralisia Cerebral como estagiário em um projeto social com crianças especiais.
Em 2012, Paulo Cabral foi convidado pela Associação Nacional de Desporto para Deficiente (Ande) para ser treinador da Seleção de Futebol de 7, categoria Sub-20, e participou dos Jogos Parapan-Americanos de Jovens. Com a vitória da equipe, surgiu a oportunidade de trabalhar como preparador físico da seleção principal. Em 2015, veio o convite para o grande desafio: dirigir a equipe principal em Toronto, Canadá, nos Jogos Pan-Americanos. O time conquistou medalha de ouro, vencendo a Argentina na final.
Mas Paulo, que é chamado carinhosamente pelos companheiros de time de Paulinho, quer mais e garante que ainda falta uma importante conquista no currículo.
– Qualquer medalha paralímpica, independente da cor, seria uma conquista importante, mas se vier o ouro, vai ser melhor ainda. Ainda mais que o Brasil ainda não tem essa medalha.
Os próximos desafios da seleção brasileira na competição são Irlanda e a Ucrânia, atual vice-campeã mundial.
Autor do segundo gol da seleção da seleção do jogo, Maycon Ferreira de Almeida, destacou a importância de Paulo para os jogadores.
Ele é um técnico excelente, que com seu trabalho consegue manter nosso grupo sempre unido e focado. Passamos muitas dificuldades esse ano e o trabalho dele foi fundamental para chegarmos até aqui, contou.
Segundo Paulo Cabral, a experiência de trabalhar com atletas com paralisia cerebral o ajuda a exercer de forma mais completa seu trabalho na rede estadual.
– Quando você trabalha com deficientes, com pessoas especiais, você se torna uma pessoa com mais força para superar os obstáculos do dia a dia. Muitas vezes eu passo para meus alunos a minha experiência com o desporto paralímpico e os convido para conhecer – disse Paulo.