Frederick Vitílio: Minha história na advocacia

Me formei em 2007, aos 43 anos. Não tinha pedigree jurídico, nem dinheiro.
Para concluir o curso tive que vender um “carrinho velho” e muitos colegas de turma pagaram lanches, bem como fizeram uma “intera” para pagar minha participação na festa de formatura.
Estagiei em escritório de advocacia desde o 2o. ano (4o período), recebendo uma bolsa de meio-salário mínimo e vendia vademecum para reforçar a remuneração. Foi sofrido, mas consegui.
Fiz 3 exames de ordem. No terceiro precisava de 3 anulações para ir a segunda fase. A banca da OAB anulou uma questão. Precisava de duas outras. Analisei o edital e a prova e identifiquei haver duas questões previdenciárias que não constavam no programa. Redigi um mdd de segurança, uma colega advogada assinou e obtive liminar com anulação das duas questões.
Na segunda fase, optei por direito do trabalho, tirei 8,0 e aprovação, mas a OAB não queria emitir a carteira porque estava subjudice. Fui na procuradoria da OAB e um procurador “comprou” minha briga e foi comigo no setor de exame, exigindo a expedição da carteira por aprovação na segunda fase.
De posse da carteira, assinei dezenas de iniciais enquanto a ação de segurança tramitava, pois se cancelassem minha inscrição, teriam que anular vários processos, mas consegui manter a carteira. Dois juízes federais e o MPF votaram a meu favor, ademais como tive êxito em segunda fase, o objeto do mdd de segurança estava superado. Tinha vencido a OAB!
Iniciei um escritório do zero, mas com alguns clientes da época de estagiário. Reuni uma equipe com duas advogadas recém formadas (uma delas Juliana Guerra) e iniciamos uma trajetória difícil.
Com muita luta, competência, capacidade, foco e determinação em 13 anos de profissão saímos de um escritório de fundos em uma casa velha em Campo Grande, bairro do RJ para nossa sede na Barra da Tijuca, na Av Abelardo Bueno.
Logo, quando estiver em um “túnel” a percorrer e não enxergar a “luz no final”, não desista, siga em frente, acredite. Se aos 43 anos comecei do nada e consegui vitórias, imagine um jovem?
O impossível é uma palavra utilizada pelos fracos para justificar fracassos…seja vencedor!
Postado em _Destaque, Colunistas