A instalação das quatro primeiras termelétricas flutuantes do país, que começariam a operar em agosto mesmo sem realização de estudo de impacto ambiental, por ora está suspensa pela Justiça do Rio. No entanto, o projeto tem despertado polêmica e preocupa pesquisadores, ativistas e a população local. Promessa de segurança energética para o estado, elas chegaram a receber autorização para funcionar nas águas da Baía de Sepetiba, no litoral sul fluminense, com dispensa do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) exigidos na legislação. Especialistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) alertam que as estruturas podem colocar em risco a fauna, a flora e a comunidade locais. O projeto da empresa turca Karpowership foi classificado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) como de alto potencial poluidor.
De acordo com a professora Helena de Godoy Bergallo, do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes (Ibrag), integrante da Comissão Estadual de Controle Ambiental (Ceca) do Inea, a Baía de Sepetiba é considerada, pelo Ministério do Meio Ambiente, uma área de importância biológica e ecológica extremamente ampla. “Ali existem manguezais que estão em muito bom estado de conservação, além de restingas de áreas de Mata Atlântica. Há uma biodiversidade grande, incluindo a maior população de botos-cinza do estado, grande variedade de peixes e espécies de aves migratórias”, afirma.