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Desordem urbana se instala nos calçadões da Zona Oeste
A SEOP – Secretaria Especial de Ordem Pública, com apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, faz com frequência ocupações dos calçadões de Campo Grande, Bangu e Santa Cruz para ordenar o local e fazer valer as regras estabelecidas para o comércio ambulante e o uso de áreas públicas.
Na ocupação a SEOP recadastra camelôs, credencia novos, realoca-os e devolve o espaço público para o cidadão – calçadas livres -.
Durante a operação a Coordenadoria de Controle Urbano – organismo da Seop – realiza um mapeamento da região, identifica quem tem ou não credenciais para ocupar o espaço público e elabora um projeto com o número de camelôs permitidos. Os não autorizados são encaminhados para o serviço de assistência social.
Acontece que a ordem só é mantida nos primeiros dias, quando a força policial marca presença. Passado esse período, que é curto, a venda do espaço público volta a acontecer lotando as calçadas de barracas, tabuleiros, carrinhos diversos e até construções em alvenaria – o metro quadrado no local vale muito -. Os comerciantes oficiais, para competirem, também contribuem com a desordem fazendo das suas calçadas uma extensão da loja.
Nesse trabalho a SEOP acaba identificando grupos que atuam nas adjacências e praticam ilegalidades e crimes de receptação, especialmente de celulares e outros bens roubados nas proximidades, bem como mercadorias de procedência duvidosa. Identificam também os depósitos, quase sempre numa loja ou sala comercial próxima, ou ainda encostados em becos e travessas. Curiosamente, nenhuma ação é executada para coibir esses crimes.
Esse fato se repete há muitos anos sem que nenhum prefeito tenha coragem de punir os criminosos, se limitando a dizer que está coibindo, mas na verdade está “engavetando” o problema. Recentemente, o subprefeito da Zona Oeste, após uma dessas operações, foi intimidado em seu gabinete pelo poder paralelo.
Os poucos verdadeiros camelôs, que não aceitam serem empregados oficiosos dos “empresários do asfalto”, denunciam que essas ações tem efeito relâmpago, apagam em menos de uma semana, que essa desordem não é praticada por ambulantes, pois muitas das vezes são verdadeiras estruturas comerciais instaladas – geladeiras, frazers, bebidas, mesas, cadeiras, grades, estrutura de barracas e tendas, guarda-sois e manequins, e em alguns casos, pagando apenas uma irrisória TUAP – Taxa de Uso de Área Pública -.