Conselho Universitário aprova criação do Campus Uerj – Zona Oeste, com unidades biomédica e tecnológica

Incorporada à Universidade do Estado do Rio de Janeiro em março de 2022, a antiga Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo) agora ganha oficialmente o status de “Campus Uerj Zona Oeste (Uerj-ZO)”. A decisão foi aprovada por unanimidade, na última sexta-feira (3), pelo Conselho Universitário (Consun), que também ratificou a criação de duas unidades acadêmicas no local: a Faculdade de Ciências Biológicas e Saúde (FCBS) e a Faculdade de Ciências Exatas e Engenharias (FCEE). Elas englobarão os 13 cursos de graduação e os 4 de pós-graduação que já existiam anteriormente.

A nova estrutura de funcionamento segue a orientação estabelecida pela Reitoria no Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 41 e aprovada pelo Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão (Csepe). O processo de adaptação foi previsto na norma sobre a incorporação (Lei 9.602/22), que determinou não só a manutenção da quantidade de cursos e vagas, como também a elaboração de um plano de desenvolvimento institucional prevendo a expansão da oferta de ensino superior na Zona Oeste.

A FCBS ficará vinculada ao Centro Biomédico, abrigando as seguintes carreiras: Ciências Biológicas (Biotecnologia e Produção / Gestão Ambiental); Tecnologia em Biotecnologia; Farmácia; e Tecnologia em Produção de Fármacos. Estão incluídos na unidade ainda o mestrado e o doutorado em Biomedicina Translacional e o mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental.

Já a FCEE, ligada ao Centro de Tecnologia e Ciências, reunirá: Ciência da Computação; Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas; Engenharia de Materiais; Engenharia Metalúrgica; Engenharia de Produção; Tecnologia em Processos Metalúrgicos; Tecnologia em Polímeros; e Tecnologia em Construção Naval, além do mestrado em Ciência e Tecnologia de Materiais.

Para o pró-reitor de Graduação da Uerj, Lincoln Tavares, o momento no Consun foi histórico, por registrar o crescimento da Universidade e o fortalecimento da educação pública. Ele ressaltou que a adequação está sendo feita de modo a respeitar a identidade e as peculiaridades da extinta Uezo. “Todas as instituições que até hoje se incorporaram ao tecido Uerj não sofreram rejeição. Há uma dificuldade na adaptação, porque não existe um modelo ideal, mas a verdade é que todos se sentem Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e é assim que a gente quer que os companheiros e companheiras da Uezo se sintam”.

A ex-reitora do Centro Universitário, atual Superintendente de Unidades Estratégicas da Uerj, Luanda de Moraes, celebrou a conduta do Conselho. “É realmente um dia de vitória, porque viemos de uma longa luta para levar a primeira universidade pública à Zona Oeste. E nós nunca conseguimos vivenciar a integralidade do ensino, da pesquisa e da extensão. Os alunos da Uezo enfim serão, de fato, estudantes universitários. Isso sempre foi negado pelo poder público”.

O reitor da Uerj, Mario Carneiro, finalizou a reunião com outro anúncio animador. “Assinei, nesta semana, o ofício determinando imediato processo de desapropriação do prédio da antiga faculdade Moacyr Sreder Bastos!”. A construção em Campo Grande, cuja desapropriação foi autorizada em decreto pelo Governo do Estado, vai abrigar o novo Uerj-ZO. Inaugurada em 2005, a Uezo não chegou a ter uma sede própria, ocupando até hoje parte das dependências do Instituto de Educação Sarah Kubistchek.

Apesar da aprovação do mérito pelos conselheiros, o documento definitivo sobre a criação do campus não foi fechado, porque alguns destaques ainda passarão por discussão na próxima sessão do Consun, no mês de julho. A resolução deverá ser publicada em seguida.

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