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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 21ª promotoria de Investigação Penal, denunciou e pediu a prisão preventiva de 22 milicianos que atuam na Zona Oeste e na Baixada Fluminense. Nesta quinta-feira (05/07), a Polícia Civil realizou a “Operação Lawless” para cumprir mandados de prisão expedidos pela Justiça contra o grupo. Foram presas 10 pessoas, entre eles um policial militar e três agentes penitenciários. Uma lancha foi apreendida, além de armas, munições, joias, dinheiro, carros e motos.
A denúncia do MPRJ narra que, liderados por Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, a quadrilha pratica uma extensa lista de crimes, sendo o mais comum a extorsão mediante a cobrança de “taxas de segurança” dos comerciantes, vendedores ambulantes e moradores – obrigados a pagar para exercerem suas atividades, uma vez que, em havendo negativa, sofrem consequências diversas, que incluem a prática de violência física e homicídio. O grupo também comercializa produtos contrabandeados, faz loteamento ilegal de solo urbano, corrupção e cooptação de agentes públicos, receptação de veículos roubados, porte ilegal de armas, entre outros crimes. De acordo com o MPRJ, a estrutura da organização concentrava-se nos bairros de Campo Grande e Santa Cruz, mas atualmente a influência se expandiu para os municípios de Nova Iguaçu, Seropédica e Itaguaí.
Entre os agentes públicos denunciados está o policial militar lotado na UPP Fazendinha Carlos Miranda Rangel e os inspetores de segurança e administração penitenciária Adalberto Braz Correa, Emerson dos Santos Lopes e Leandro Cesar Pires Gonçalves, além do ex-policial militar Ronaldo Santana da Silva.
Também consta entre os denunciados Rui Paulo Gonçalves Estevão, conhecido como PPT, homem de confiança de Ecko, encarregado de gerenciar a distribuição e comercialização de cigarros contrabandeados do Paraguai nas localidades de Cosmos, Paciência, Santa Cruz e adjacências.
Ainda segundo o MPRJ, a milícia escolhia até lideres comunitários. É o caso da denunciada Maria José do Nascimento, encarregada da cobrança extorsiva de taxas, entre outra práticas, tentando passar aos moradores a impressão de que a cobrança é “regularizada”, já que cobrada pela associação de moradores.
O grupo foi denunciado pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e receptação qualificada.