Autoridades querem o fim dos rompimentos de adutoras de água na Zona Oeste do Rio

A Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro foi vítima, mais uma vez, das quase centenárias adutoras do Sistema Guandu, responsáveis pela distribuição de água para toda a cidade. Os moradores de Santíssimo e Campo Grande (Mendanha) são os que mais sofrem com os constantes rompimentos das tubulações. A falta d’água também é problema nos 24 bairros da Zona Oeste.

Enferrujadas e/ou de bitolas limitadas, as adutoras não suportam mais o grande volume d’água, principalmente quando a rede recebe impactos intempestivos, quase sempre provocados pela falta de energia elétrica no sistema. Elas rompem com frequência num intervalo médio de três anos e provocam acidentes como o do último dia 25/3, na Estrada do Lameirão, em Santíssimo, quando alagou quase uma centena de residências. Moveis, equipamentos e utensílios domésticos incluindo objetos de uso pessoal, foram parcialmente inutilizados, alguns, totalmente.

A concessionária da Cedae, Rio + Saneamento BL3 S.A, assumiu a distribuição da água nos 24 bairros da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro e em 18 municípios do estado em agosto do ano passado e já tem um plano de recuperação organizado para solucionar os principais problemas do sistema.

O prefeito Eduardo Paes acompanhado dos secretários da Casa Civil, Eduardo Cavaliere, da Assistência Social, Adilson Pires, do vereador Zico da Zona Oeste Raíz, e de representantes de órgãos operacionais acompanhou a montagem de uma base operacional para atender os moradores. A Secretaria de Assistência Social registrou que aproximadamente 114 famílias com seus adultos, idosos e crianças precisaram de atendimento. 28 famílias foram desalojadas e outras 86 permanecem em seus domicílios.

A Assembleia Legislativa do Estado e o Procon acompanharam o atendimento à população vitimada e estão conhecendo as medidas tomadas para interromper a série de acidentes no sistema.

O Procon Carioca disponibilizou além da central 1746 e das redes sociais, o e-mail atendimento.proconcarioca@rio.rj.gov.br para que o cidadão possa entrar em contato com a gerência de atendimento

Na opinião do vereador Zico da Zona Oeste Raíz, que mantém conversas avançadas com a direção da Rio + Saneamento na discussão do problema de falta d’água nos diversos bairros da Zona Oeste, e acompanhou de perto o atendimento às vítimas do acidente, a troca das tubulações e a readmissão do quadro de pessoal especializado da Cedae, conhecedores dos problemas do sistema, são os pontos a serem focados nesse momento para evitar novos acidentes e resolver definitivamente a questão, que passa ainda pelo fim do desperdício d’água, ação que afeta diretamente os resultados financeiros da empresa.

O presidente da concessionária disse que nos próximos cinco anos, a empresa vai investir R$ 1 bilhão na região do Bloco 3. No entanto, o plano ainda precisa ser aprovado pela Agencia Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa).

A Comissão de Saneamento Ambiental, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), vai propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ao Ministério Público do Rio para que a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico (Agenersa) fiscalize o cumprimento dos contratos das concessionárias de água e esgoto. Essa decisão foi anunciada durante a audiência pública promovida pela comissão, nesta quarta-feira (12/04), no plenário da Assembleia. A reunião ouviu as concessionárias Águas do Rio, Rio+ Saneamento e Iguá Saneamento, além de moradores de diversas regiões do estado, sindicatos e estudiosos do tema.

Os principais problemas relatados pelos usuários presentes na audiência foram o desabastecimento de água e o aumento no valor da conta. Eles também reivindicaram a implementação da tarifa social e a reformulação do modelo de cobrança tarifária.

 

 

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