Aluna da Uezo estuda à Mosca-das-Frutas

Por conta de estudos realizados por organismos públicos especializados em acompanhar e desenvolver diversas atividades agrícolas no estado, e pela incidência do problema na Fruticultura do estado, com destaque na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, a aluna da UEZO – Universidade Estadual da Zona Oeste – Viviane de Lima Noronha, orientada pela professora Rosana da Paes Ferreira, iniciou estudo que mostra o comportamento da Mosca – das – Frutas e cria estratégias para combatê-la.

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Viviane

Ao seu trabalho ela deu o título de “A importância do estudo da dinâmica da mosca – das – frutas do gênero Ceratitis Capitata para a fruticultura do Rio de Janeiro”.

Das várias atividades agrícolas exercidas no estado do Rio de Janeiro, ela destacou a fruticultura.” Esta atividade é encontrada em todos os municípios do estado, com uma extensão de em torno de 516 toneladas de frutas. A fruticultura é uma atividade de grande importância econômica, pois promove a geração de emprego e a socialização, portanto, precisa ser incentivada e desenvolvida. No entanto, somente 0,4% da renda econômica do Estado é oriunda das atividades agrícolas. Além do mais, dados do Centro Estadual de Pesquisas em Desenvolvimento Rural Sustentável da Pesagro- Rio revelaram que o estado do Rio de Janeiro importa, por ano, mais de R$ 1 bilhão em frutas do exterior e de outros estados do Brasil. Um dos maiores motivos para essa importação está relacionado à perdas de frutas e, consequentemente, a diminuição da produção causada pelas moscas – das- frutas”, lembrou Viviane.

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“As Ceratitis capitata são as moscas -das- frutas que mais afetam a fruticultura brasileira, pois causam destruição da polpa, manchas e perfurações em mais de quatrocentas espécies de frutos. Desta forma geram prejuízos consideráveis, elevando os custos de produção e limitando o mercado internacional dos países produtores. Essa espécie encontra-se vastamente espalhada nas regiões de plantio de fruta do Brasil”, acrescentou.

Mostrou ainda que existem no estado do Rio de Janeiro o registro de incidência de moscas -das- frutas da espécie Ceratitis Capitata nos seguintes municípios: Itaguaí, Itaperuna, Natividade, Italva, Niterói, Nova Friburgo, Araruama, Bom Jesus do Itabapoana, Petrópolis, Seropédica e, nos seguintes bairros do Rio de Janeiro, Deodoro, Bangu e, no Mendanha, sub-bairro de Campo Grande, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, e que para combatê-las, promover, estimular e expandir a fruticultura do estado do Rio de Janeiro, assim como ampliar o desenvolvimento, de maneira sustentável, de sua agricultura e aumentar a renda familiar dos agricultores, projetos como os dos programas “Frutificar” e “Rio Rural”, ambos da secretaria estadual de agricultura, vêm sendo implantados pelo governo do Estado do Rio de Janeiro.  “Várias parcerias com esses projetos são realizadas, onde a adoção de práticas de manejo integrado de pragas (técnica para evitar perdas de frutos por meio de insetos-pragas) que auxiliem na diminuição do uso indiscriminado de agrotóxicos e na inspeção das frutas, é instruída e estimulada. Diversos municípios das regiões norte e noroeste do estado do Rio de Janeiro vêm recebendo incentivos do governo estadual”, destacou a pesquisadora.

Para alcançar com sucesso os resultados propostos por esses projetos, assim como em outros projetos relacionados, fazem-se necessárias pesquisas que analisem e estabeleçam dados como, a ocasião de possível infestação dessa praga, sua quantidade de frutos hospedeiros, seu registro de ocorrência, o levantamento de sua população ao longo do ano, seus danos econômicos, seus inimigos naturais, sua biologia.

mosca-da-fruta-m-20120316

Por isso, com o intuito de estudar um modelo matemático aplicado ao controle da Ceratitis Capitata, fazer um levantamento sobre os dados citados acima, para essa mosca, registrados para o estado do Rio de Janeiro, é que a aluna do curso de mestrado profissional em Ciência e Tecnologia Ambiental (PGCTA) da UEZO, Viviane de Lima Noronha e sua orientadora, Rosana da Paz Ferreira, ambas do Laboratório Multidisciplinar de Estatística e Matemática Aplicada (LEMA), vem se dedicando ao tema, com esperança de ver o estado e a Zona Oeste da cidade do Rio de janeiro, em particular a região do Mendanha, em Campo Grande, produzindo mais e  gerando emprego e renda.

Elas acreditam que esse estudo possa vir contribuir com métodos que são eficazes no combate às Ceratitis Capitata visando minimizar os prejuízos econômicos causados por essas moscas-das- frutas e, que ao mesmo tempo, são viáveis ao meio-ambiente, como a adoção de práticas de manejo integrado de pragas.

Confira a apresentação original:

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (PGCTA)

Linha de Pesquisa: Saneamento Ambiental. Desenvolvimento de novas metodologias

para recuperação ambiental. Linha de pesquisa: Controle de pragas e vetores

Orientador(a): Rosana da Paz Ferreira. Email: [email protected]

Aluna (a): Viviane de Lima Noronha. Email: [email protected]

Modelo matemático aplicado ao controle biológico de Ceratitis capitata pelo

Diachasmimorpha longicaudata na fruticultura do Rio de Janeiro

Introdução

As Ceratitis capitata são as moscas-das- frutas que mais afetam a fruticultura

brasileira, pois causam destruição da polpa, manchas e perfurações em mais de

quatrocentas espécies de frutos. Desta forma geram prejuízos consideráveis, elevando os

custos de produção e limitando o mercado internacional dos países produtores. Essa

espécie encontra-se vastamente espalhada nas regiões de plantio de fruta do Brasil

(FREIRE et al., 2005).

O controle biológico das moscas-das- frutas por parasitóides do tipo

Diachasmimorpha longicaudata é um procedimento, que segundo pesquisas, tais como,

Freire e outros (2005) tem grande eficácia. Ele é fundamentado na produção e liberação

de Diachasmimorpha longicaudata no ambiente. A liberação dessa vespa em elevados

níveis tem como objetivo alcançar uma diminuição considerável do hospedeiro, de

modo que a quantidade de pragas seja estabilizada, reduzindo assim os prejuízos

econômicos.

Modelos de simulação parasitóide – praga, desenvolvidos em programas de

computadores, facilitam a adoção de medidas biológicas para controle da espécie praga

(FREIRE et al., 2005). Os benefícios desses modelos podem ser verificados nos

trabalhos de autores como, por exemplo, Ferreira et al. (2010), Garcia (2014), Bueno et.

  1. (2014).

Diante deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo propor um modelo

do tipo Lotka-Volterra para estudar e analisar as interações compostas pelo Ceratitis

capitata, pelo Diachasmimorpha longicaudata e pela fruticultura, com dados

disponíveis no Estado do Rio de Janeiro. Acreditamos que o modelo possa contribuir,

de forma eficiente, com os estudos de controle biológico para o sistema aqui tratado.

Palavras-chave: Ceratitis capitata, Diachasmimorpha longicaudata, Modelo de Lotka-

Volterra.

Proposta de Trabalho

O trabalho objetiva propor um modelo matemático do tipo Lotka-Volterra que

simule as dinâmicas populacionais de sistema composto pelo Ceratitis capitata, pelo

Diachasmimorpha longicaudata em frutos, com dados encontrados no Estado do Rio de

Janeiro.

Figura 1: Ceratitis Capitata. Disponível em: < http://www.agrolink.com.br/agricultura/problemas/busca/mosca-do-

mediterraneo_52.html>.

Este modelo, descrito pelas equações abaixo, de acordo com Bassanezi (2002)

“trata da interação entre duas espécies, onde uma delas (presa) dispõe de alimentos em

abundância e a segunda espécie (predador) tem como suprimento alimentar

exclusivamente a população de presas”.

onde:

y : é o número de indivíduos da população do predador no instante t;

x : é o número de indivíduos da população da presa no instante t;

t : o tempo;

Sendo α, β, γ e δ coeficientes positivos que representam a interação entre as duas

espécies. Onde, α é o coeficiente crescimento da população de presas; β é o coeficiente

de morte da população de presas pelo predador; γ é o coeficiente de morte da população

de predadores; e, δ é o coeficiente de crescimento da população de predadores (devido à

existência da presa).

A metodologia é composta pelos seguintes procedimentos:

1) Os dados biológicos necessários para a formulação e resultados do modelo estão

sendo consultados na literatura de controle biológico de Ceratitis capitata pelo

Diachasmimorpha longicaudata na fruticultura Mundial, com ênfase nos dados

encontrados para o Rio de Janeiro.

2) Para análise dos resultados do modelo, serão realizados métodos de simulação

numérica e análise gráfica, por meio do gráfico de Volterra. As simulações gráficas

serão geradas pelo ambiente de interações biológicas do POPULUS, versão 5.5

disponível em (http://cbs.umn.edu/populus/download-populus).

)(

)(









xy

dt

dy

yx

dt

dx

Figura 2: Gráfico de Volterra. Disponível em <http://cbs.umn.edu/populus/download-populus>.

Acredita-se que o modelo possa contribuir, de forma eficiente, com o estudo de controle biológico para sistema aqui tratado. Além de auxiliar na promoção do entendimento dos principais fatores biológicos desse sistema. Visto que uma maneira de diminuir ou até evitar perdas econômicas na agricultura é por meio da aplicação do controle biológico.

Referências Bibliográficas

BASSANEZI, R. C. Ensino-aprendizagem com Modelagem Matemática. Edit.

Contexto, S. Paulo, 2002.

BUENO, J. C. S.; MOLTER, A.; PIOVESAN, L. R. Modelagem Matemática Aplicada ao Controle Biológico de Pragas em Lavouras de Milhos. 2014.

Disponívelem:<http://eventos.unipampa.edu.br/eremat/files/2014/12/CC_Bueno_00779581016.pdf

>. Acesso em: 05 jun. 2015.

FERREIRA, C. P.; WESLEY, A. C. G.; LIMA, E. A. B. F. Técnicas Matemáticas e

Computacionais no Manejo Integrado de Pragas. 2010. Disponível em:<

http://www.sbmac.org.br/eventos/cnmac/xxxiii_cnmac/pdf/232.pdf>. Acesso em: 05

jun. 2015.

FREIRE, R. M.; PREGNOLATTO, S.; ZUBEN, C. J. V.; WALDER, J. M.M.

Modelagem Matemática Aplicada ao Controle Biológico de Ceratitis capitata

Wiedemann (Diptera: Tephritidae) por Diachasmimorpha longicaudata Ashmed

(Hymenoptera: Braconidae) em Citrus. 2005. Disponível em:<

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1519-566X2005000200016&script=sci_arttext>.

Acesso em: 04 jun. 2015.

GARCIA, A, G. Ecologia da Paisagem e Controle de Pragas Agrícolas. 2014.

Disponível em:< http://base.repositorio.unesp.br/handle/11449/108773>. Acesso em: 04

jun. 2015.

Sites:

http://cbs.umn.edu/populus/download-populus. Acesso: 21 set. 2015.

http://www.agrolink.com.br/agricultura/problemas/busca/mosca-do

mediterraneo_52.html. Acesso: 8 ago. 2016.