Pessoas nas ruas se cruzam.

Pessoas nas ruas se cruzam. Apressadas correm contra o tempo. Sequer respeitam o espaço um do outro. Se pudessem esmagariam o seu próximo para poupar o tempo perdido.

         A intolerância, a maldade humana chega ao extremo, quando um jovem,  arremessa um avião contra as montanhas, ignorando o rastro de dor que jamais será esquecido. Infeliz, compartilhou e julgou responsáveis todas àquelas pessoas que com ele viajavam. Seu egoísmo sem limite levou ao mundo sua façanha cruel e arrogante. Queria seu nome nas páginas dos jornais com seu rosto estampado e jamais esquecido. Conseguiu! E o mundo boquiaberto, espantado, procurando uma explicação!

         Que mundo é esse?  O medo de sair às ruas, ser morto por causa de um celular, bala perdida ou puramente por maldade!

         Cada vez mais tenho medo de “gente”! Gente deveria acolher, ajudar, respeitar, amar… mas,  neste mundo esdrúxulo dos dias atuais, cada vez é mais raro confiar nos seres humanos. Tenho muito medo de gente, muito mesmo! Atrás de um sorriso se pode esconder uma armadilha.

         A vida é um espetáculo com atores desenvolvendo cada um o seu papel. Devemos ser o autor de nossa história, mudá-la quando preciso, procurar alternativas, jamais ser a vítima. Gerenciar nossa própria existência é o maior dos desafios e o sucesso é o nosso troféu. Vários caminhos nos são mostrados todos os dias. Só não os vê quem não o quer. Colocar a culpa nos outros pelos fracassos é covardia e a covardia, é o  troféu dos fracos.

         Respiramos o mesmo ar, mas não sabemos compartilhar, somar. O individualismo separa cada vez mais os seres humanos.

         Para aonde vamos? Qual o significado de nossa existência? Qual a finalidade de habitarmos o mesmo planeta? E o porquê de tanto individualismo? Um paradoxo!

          São perguntas sem respostas, até porque ninguém por mais sábio que seja é capaz de respondê-las integralmente.

         Um questionamento ao qual devemos pensar, questionar, e, se possível nos unir, sermos mais tolerantes para com o nosso próximo.

          As coisas materiais, o prazer existencial, traz satisfação momentânea, e a “felicidade” é passageira, até porque é nas pequenas coisas que encontramos a grandeza  do belo, do colorido que nos traz na retina a contemplação existencial naquilo que de fato é a nossa essência, a beleza interior da contemplação, que Deus nos deu e é de graça.

         Somos simplesmente seres humanos, nos tempos modernos, avaliados pelo que temos, não pelo que somos, não devemos mostrar o que temos , mas sim o que  somos.

          Não somos uma conta bancária ou importantes nas coisas que fazemos e sim todos iguais com as mesmas necessidades. Seu irmão sente fome, dor, medo, angústia…

Nossa identidade pessoal, escondida, recolhe-se frustrada até  porque: quem é capaz de expô-la? Somos uma caixinha de surpresa reprimida!

         Caminhamos apressados  no meio da multidão, sem identificação. Tanta pressa pra quê?   Dê um bom dia para seu irmão, um abraço apertado transmite energia e é tudo de bom!

         Seria muito simples viver se todos tivessem o mesmo objetivo: não fazer o mal, compartilhar, dialogar, ajudar, sorrir sempre e amar ao seu próximo como a si mesmo.

         Mas neste mundo aonde há guerras frequentes sem alguma razão,

o próximo mata o próprio irmão, sem nenhuma razão, a morte faz parte da vida sem ter razão, é difícil ser feliz neste mundo conflituoso onde o amor deveria fazer parte da vida com toda razão.

                                                          MARGOT  CARVALHO

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